domingo, 14 de abril de 2013

Entrevista com Paulo Carvalho, Novo Presidente da FRERJ

Paulo Carvalho é o novo Presidente da Federação de Remo do Estado do Rio de Janeiro. Ele foi eleito e iniciou seu mandato no início deste ano. Veja o que podemos esperar de sua administração:

ER: Pode nos contar um pouco de sua trajetória até assumir a presidência da Federação de Remo do Estado do Rio de Janeiro?
PC: Pratico remo desde os meus 13 anos por influência da família, já que meu tio Zé de Carvalho foi remador olímpico e como treinador formou o Dois Sem vitoriosíssimo remado pelos  filhos Ronaldo e Ricardo Carvalho, que dentre outros títulos, foram Bicampeões Panamericanos.  Me considero um remador mediano. Fui vitorioso pelo Flamengo e pelo Vasco da Gama, ganhando em ambos título de campeão Brasileiro e outros pelo Estadual, e agora como Masters cheguei a ser campeão Sul-americano. Acho que fiz o que pude como remador. Agora pretendo dar minha contribuição para o remo, é o que me motiva!

ER: O que você pretende mudar no Remo do estado?
PC: Já consegui algo muito importante que foi unir a maioria dos clubes, como ficou demonstrado nas eleições para a FRERJ, sendo que mesmo os que não votaram em nossa chapa eu sinto o espírito de união para que juntos possamos alçar vôos maiores. Pretendemos massificar e popularizar o remo carioca, melhorar a estrutura das regatas para  que sejam de alto nível técnico, com vistas a preparar a nossa  raia olímpica para receber os remadores que virão se preparar para esse grande evento. A CBR sabe que pode contar conosco no que for necessário. A 1a. Regata do Estadual realizada no domingo (24 de Março), já demonstrou uma mudança de mentalidade e organização. Tivemos uma regata impecável, de raia cheia e de público que há muito tempo não era visto na lagoa.
 

ER: Como você se diferencia do seu antecessor, Mauro Ney Palmeiro?
PC: Logicamente devemos ter várias, mas a principal diferença é que sou remador.
 

ER: O remo estadual é quase que todo ele resumido a Botafogo, Flamengo e Vasco. Como atrair 
novos clubes para o esporte?
PC: A FRERJ está a disposição para ajudar os pequenos e novos clubes a participarem do Estadual, e entendo que a medida que as regatas se tornem mais atrativas, outros clubes se interessarão pelo esporte.
 

ER: É possível trazer os clubes tradicionais (Boqueirão do Passeio, Gragroatá, São Cristóvão e Internacional de Regatas) de volta às regatas?
PC: É difícil mas possível. Acho que o interesse desses clubes se foca mais nas regatas de mar e realizadas na Baía de Guanabara. Aliás, foi onde competi minha primeira prova numa
Baleeira. Foi um segundo lugar que me marcou.

 

ER: Só um time de remo do interior do estado disputa o Campeonato Estadual. Como fazer para desenvolver o remo no interior?
PC: Como disse, a FRERJ estará sempre disposta a ajudar os clubes pequenos no que puder, e somente com a exposição do esporte é que eles  irão motivar os patrocinadores e a própria Prefeitura em alavancarem o remo. São atos em conjunto que possibilitarão o desenvolvimento desses clubes.
 

ER: O Estadual de Remo é todo disputado na Lagoa Rodrigo de Freitas. É possível levar uma regata para interior do estado?
PC: O Estadual é disputado na Lagoa, mas nada  impede que façamos regatas extras para atender aos clubes do interior. Basta a vontade política desses próprios clubes.
 

ER: O Fluminense FC é detentor da Taça Olímpica e campeão em diversos esportes mas nunca teve remo. Existe algum projeto de trazer o Fluminense para o Remo?
PC: Fica aqui o nosso convite para o Fluminense. Seria um imenso prazer termos remadores deste grande clube na Lagoa.
 

ER: Recentemente vimos uma mortandade de 70 toneladas de peixe na Lagoa Rodrigo de Freitas, que continua muito poluída. O que será feito até a Olimpíada para limpar a Lagoa?
PC: Acho que essa mortandade foi a união de vários fatores que não aconteciam há anos. Espero que o poder público tome a iniciativa de limpar a lagoa e oxigenar suas águas. Não podemos ficar a mercê da iniciativa privada, apesar da Lagoa agradecer todo esforço do empresário Eike Batista em realizar este árduo trabalho às suas custas, o que ajudou e muito!
 

ER: A velejadora Isabel Swan tem denunciado a sujeira na Baía de Guanabara, onde será disputada a Vela nos Jogos de 2016. É possível que Remo e Vela se unam contra a poluição das raias olímpicas?
PC: Claro, estaremos ao lado da CBR para buscar a limpeza de nossas raias Olímpicas, seja na Lagoa como no mar. 
 

ER: Ainda falando de Rio 2016, o que o governo tem feito pelo Remo visando os Jogos Olímpicos?
PC: Até o momento a FRERJ sequer foi chamada para ser ouvida sobre as necessidades de nosso esporte e o que fazer para receber os atletas do resto do mundo, mas estou confiante que ainda iremos nos reunir para este fim. Repito: ajudando no que pudermos a CBR e autoridades (Comitê 2016).

ER: Os clubes do Rio reclamam que a Confederação Brasileira de Remo não organiza um Troféu Brasil Interclubes, preferindo premiar individualmente cada atleta. A FRERJ tem como intervir nesta questão e pedir uma competição que determine o melhor clube brasileiro da temporada?
PC: A FRERJ tem um ótimo relacionamento com a CBR. Se for da vontade dos clubes, eu levarei esta revindicação ao seu presidente e tenho certeza que o pedido será considerado. Cabe aos clubes a iniciativa.
 

ER: Deseja deixar um recado final?
PC: A atual Diretoria da FRERJ tem plena consciência de sua responsabilidade no atual cenário do remo nacional, já que o Rio de Janeiro será o palco das Olimpíadas de 2016 e as regatas serão realizadas na Lagoa Rodrigo de Freitas. Precisamos estar peeparados para receber os remadores estrangeiros, e para tal, temos que buscar melhorar o nível de nossas regatas para irmos nos moldando ao que é exigido a nível mundial para um evento deste porte, possibilitando aos atletas representarem os seus clubes e o país com dignidade. Contamos com a colaboração de todos para que juntos possamos dar  uma verdadeira guinada no remo carioca. A hora é essa!

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